E definida como áreas de necrose tissular, as quais tendem a
se desenvolver quando o tecido mole é comprimido. O desenvolvimento da UPP é
multifatorial, incluindo fatores internos e externos como: idade, morbidade,
estado nutricional, hidratação. Na maioria dos casos, uma úlcera resulta de
inadequados cuidados domiciliares, e podem desenvolver-se até mesmo no
hospital, em pacientes acamados, causando grande problema na rotina das instituições
e dos familiares. O trabalho de orientação de um enfermeiro(a) busca reunir
informações sobre o desenvolvimento e prevenção das úlceras por pressão,
oferecendo subsídios para uma melhor assistência aos pacientes .A prevenção
pode ser realizada através de orientações adequadas e estímulo ao paciente e
seus familiares, salientando a importância da autodisciplina e da participação,
bem como a colaboração dos mesmos durante o tratamento clínico. A úlcera por
pressão pode originar-se em todas as posições que um paciente seja mantido
prolongadamente, em regiões sacrais, tuberosidades isquiáticas, calcâneo e
trocânter maior do fêmur, pois nessas áreas concentram o maior peso corporal,
consequentemente há um aumento da pressão.
ESTÁGIOS DAS ÚLCERAS POR PRESSÃO
As úlceras por pressão são as únicas feridas que são
estagiadas, este est realizado agiamento é realizado quando se examinam e
registram as condições da ferida e são classificadas segundo critérios
estabelecidos pela National Pressure Ulcer Advisory Panel em 1989, entidade
norte americana, que discrimina quatro estágios observados visualmente na
evolução de uma úlcera por pressão. Os estágios são divididos em I, II, III,
IV, que serão descritos a seguir:
a) Estágio I: a lesão envolve somente as camadas
superficiais da pele, como a epiderme e a derme. Este estágio se caracteriza
por temperatura cutânea elevada devido à vasodilatação aumentada, eritema que
permanece por 15 minutos ou mais após o alívio da pressão no local, dor e
discreto edema, posteriormente evolui para o aspecto mosqueado, cianótico,
azul-acinzentado que é o resultado da oclusão dos capilares cutâneos e o
enfraquecimento subcutâneo. Em geral, esses sinais de inflamação podem ser
revertidos com a remoção da pressão no local.
b) Estágio II: envolve o tecido subcutâneo exibindo uma
ruptura na pele através da epiderme e derme. Caracteriza-se por abrasão, bolha
ou cratera superficial, necrose juntamente com o represamento venoso e
trombose, edema visível, dor, extravasamento de pouco exsudato e pele adjacente
vermelha ou escurecida.
c) Estágio III: derme e epiderme estão destruídas e a
hipoderme é atingida, este estágio caracteriza-se por presença de drenagem de
exsudato amarelado ou esverdeado com odor fétido, vesícula ou cratera não muito
profunda, pontos de tecidos desvitalizados, ficando o paciente suscetível às infecções.
d) Estágio IV: representa destruição profunda dos tecidos,
podendo atingir fáscia, envolver músculos, tendões e possivelmente osso e
articulação. Caracteriza-se por tecido necrótico ou esfacelos, tunelização na
ferida e drenagem de secreção com odor fétido. As ações preventivas dos
cuidados de enfermagem referem-se à atenção constante às alterações da pele;
identificação dos pacientes de alto risco; manutenção da higiene do paciente e
leito; atenção a mudança de decúbito, aliviando a pressão e massagem de
conforto, além de outras medidas como a movimentação passiva dos membros, dieta
e controle de ingestão líquida e orientação ao paciente e família quanto às
possibilidades de úlceras por pressão.
Podemos citar outros:
1-A higiene corporal deve ser realizada evitando o uso de
sabão comum, soluções irritantes e água quente para evitar ressecamento.
2-Deve-se usar sabão neutro ou sabonete líquido específico.
3-A cama deve ser limpa e seca, com roupas de tecido não
irritantes, lisos, não engomados e sempre esticados evitando dobras.
4-O uso do colchão próprio, como colchão de espuma, ar
estático, ar dinâmico, gel ou água, redistribui o peso corporal, reduzindo a
pressão à medida que o paciente afunda no fluído, propiciando uma superfície
adicional que auxilia na sustentação do corpo, além de reduzir o peso corporal
por unidade de área.
5-A mudança de decúbito deve ser indispensável e realizada a
cada 2 horas, reduzindo a força de cisalhamento e a pressão no local. Apesar da
falta de estatística no Brasil sobre úlcera por pressão, elas são constantes
nas pessoas acamadas. Por isso a importância da orientação de um enfermeiro(a),
nos hospitais, no domicilio, casas de repouso, para o controle do problema que
pode ser evitado.
Autoria: Enfa. Monica Cortes