Fonte: www.outraspalavras.net
A velhice é uma fase marcada por
alterações biológicas, psicológicas e sociais significativas. Essas alterações
dependem basicamente da interação entre o estilo de vida adotado pela pessoa,
sua estrutura psicológica e fatores hereditários. Apesar de haver pessoas
idosas que revelam grande vitalidade, mantendo plenas suas atividades físicas e
psíquicas, também observamos muitos casos em que estão presentes debilidades,
naturalmente causadas pelo desgaste orgânico, fazendo com que o idoso necessite
dos cuidados de outras pessoas no que diz respeito à locomoção, alimentação e
hábitos de higiene. Tal condição reduz o convívio social e pode provocar
constrangimento e sentimentos de incapacidade, baixa auto-estima, inutilidade e
dependência, além da angústia por se aproximar o final da vida. Nas últimas
décadas, os avanços da medicina, o acesso à informação e alguns programas
sociais de esclarecimento e prevenção na área da saúde, aliados à constante
busca do ser humano pelo rejuvenescimento, vêm proporcionando um aumento na
expectativa de vida. Essa situação, embora caracterize um avanço para a
humanidade, tem agravado os problemas de ordem emocional normalmente esperados
na terceira idade. A ideia culturalmente arraigada de que o idoso não tem mais
condições de produzir como um jovem e possui dificuldades para se adaptar a
novas situações, faz com que cada vez mais, pessoas absolutamente ativas sejam
excluídas do mercado de trabalho, ficando expostas a conflitos que podem levar
à depressão. Dados da OMS indicam que 10% a 15% das pessoas com depressão estão
acima de 65 anos. Nessa fase da vida, alterações psicológicas também surgem
como reflexo da aposentadoria. Tal situação, quando o idoso não preenche o
tempo com algo que faça com que se sinta útil, tende a provocar sentimentos de
auto-desvalorização e marginalização na estrutura social. Outra vivência
difícil é a natural perda do cônjuge, causando solidão e angústia. No final da
vida, por motivos variados, muitos idosos são hospitalizados ou
institucionalizados. Alguns estudos revelam que os idosos nessas situações,
apresentam mais sintomas de depressão do que aqueles que vivem com seus
familiares. Todas essas alterações bio-psico-sociais podem desencadear quadros
depressivos, trazendo outra preocupante situação que é o alto índice de
suicídio de idosos, que tende a aumentar com a idade, principalmente com
relação aos homens.
Autor: Wagner Luiz Garcia Teodoro
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